Matutu

(texto: Rivene Oliveira)

Sábado, 13 de agosto de 2016.

São 5h30 minutos.

Participantes do grupo BHGrinos se encontram e embarcam em van com destino ao Vale do MATUTU (“Cabeceiras sagradas” em linguagem indígena), situado no município de Aiuruoca, sul de Minas, dentro da APA – Mantiqueira (Área de Proteção Ambiental).

Juntos, o grupo ora pedindo uma viagem tranquila e posteriormente alguns fecham os olhos na tentativa de retomar o sono interrompido iniciado em suas casas, e outros engrenam em “conversa  afiada” com os colegas mais próximos.

Após quase 7 horas de paisagens diversas, o vale do Matutu se apresenta diante de nós pronto a revelar ao “Bhgrinenses” mais que suas expectativas.

Desembarcamos, e logo algumas mulas que irão  transportar as nossas bagagens, chegam.

Iniciamos uma pequena caminhada e depois de algum tempo, no topo do morro a nossa pousada (Patrimônio) já podia ser avistada.

Simples, charmosa, harmônica, com uma bela visão do ambiente, são características que puderam ser complementas por outras que observamos tão logo nos acomodamos, tais como: aconchegante, hospitaleira, reflexão, em fim… paz!

Após um bom almoço, vegetariano e lácteo, algumas pessoas resolvem caminhar para conhecer a cachoeira do “fundo”, que vista da pousada já encanta a todos. Será aproximadamente 1 hora de caminhada.

Que cachoeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiira !!!

Dia seguinte, domingo, após café da manhã saborosíssimo, partimos para nossa subida do Pico do Papagaio.

Dois guias nos acompanham e gradativamente vamos subindo. A cada momento o cenário se modifica e se torna mais deslumbrante. Beleza que também é o combustível que se soma a vontade do grupo renovando as energias para se chegar ao topo.

Para trás vai ficando nosso rastro…

Depois de 4 horas, 2.105 metros de altitude, estamos no topo da principal formação rochosa de uma cadeia de montanhas pertencentes à serra da Mantiqueira. Topo da Serra do Papagaio!!

Olhares se perdem na imensidão, câmeras fotográficas e celulares são “clicados” sem parar para registrar o “MELHOR”!

Mas o melhor está na nossa respiração agora mais cadenciada, na contemplação, admiração, no relaxamento da conquista…

Hora de descer…

Alguns param no caminho para conhecer o Poço “Azul”, que se mostra singelo, água fria e esverdeado pelas algas no seu fundo e vegetação ao entorno.

Agora … já se pode avistar nossa pequena van estacionada.

Um cafezinho e bolo nos é gentilmente oferecido pelos morados locais criadores de trutas em cativeiro.

Antes de voltarmos a pousada, uma parada no bistrô local, “Fios da Terra”.

Cervejas artesanais fabricadas na região são experimentadas, assim também como os bolinhos de truta e truta preparada na manteiga.

Um belo artesanato local disponível para venda  nos encanta e como diz uma ”Bhgrinense”: – Vamos girar a economia local! E isto facilmente é feito.

Jantamos na pousada e logo após nos despedimos e seguimos para o nosso merecido descanso.

Já é segunda feira…

Pela manhã alguns desfrutam da pousada e outros após o café resolvem conhecer mais um pouco da região e seguem para a “Tia Iraci”. Área de hospedagem e  restaurante da mãe de um de nossos guias na Serra do Papagaio.

No local, artesanato, doces, cervejas artesanais e outros itens estão à disposição, além de chalés de muito bom gosto e da simpatia  da Tia Iraci.

Hora de voltar… para pousada, para van, para Belo Horizonte.

Bagagens prontas e lá vamos nós.

Esta foi mais uma das muitas caminhadas que fazemos no BHGrinos e que você poderá participar!

Caminhada das mexericas: Belo Vale

A algum tempo atrás o Emmanuel, membro do Bhgrinos, apresentou-me ao também montanhista, Rodrigo Barbosa. O Barbosa era extremo conhecedor de trilhas na região de BH e as desbravava ora de bike, ora caminhando. A partir daí andou nos indicando caminhos e andando algumas vezes conosco. Com seu jeito tímido e poucas palavras, ele se revelava um ótimo escritor de crônicas que divulgava em seu perfil no face.
E foi através dele que descobrimos Belo Vale, sua maior paixão e ainda nos apresentou Mauro Euzébio, o guia da região. Neste lugar encantado, ele fez sua última caminhada conosco e programamos juntos a volta na época das mexericas.
A alguns meses atrás ele nos deixou em um inexplicável atropelamento enquanto pedalava sua bike. Continuou seu caminho solitário como muitas vezes fazia e desapareceu entre as núvens. Mas deixou saudade e boas lembranças.Como combinamos, em junho partimos para Belo Vale para a Caminhada das Mexericas. Uma caminhada dedicada ao Barbosa.

Belo Vale fica bem próximo a BH, 91 km, saída em direção ao RJ.
Foi um dos primeiros arraiais de MG, fundada pelos bandeirantes, em 1681.
Sua expansão aconteceu com o descobrimento de ouro onde hoje é Roças Novas.
Atrações turísticas: Museu do Escravo, Igreja Santana, Fazenda Boa Esperança (1760).
Tem intensa extração de ferro e é a maior produtora de tangerina ponkan em Minas.

(fotos Mauro Ezébio)
A caminhada começou na Igreja Santana (1735) desceu em uma trilha até o Balneário na Comunidade dos Costas, seguiu até a Comunidade dos Salgados e finalizou na Comunidade do Zé Pinto. 10 km. Isso em uma estradinha de terra com muito pouco movimento de carros, passando entre mexericais e com belas paisagens a nos rodear.

Boa parte da produção de mexericas já tinha sido colhida mas sobrou mais do que o suficiente para saborearmos e entendermos que aquelas terras encontraram sua verdadeira vocação. A van nos pegou no ponto final da caminhada e nos deixou novamente no Balneário onde almoçamos.
É necessário reserva. Opção de self service, de pratos individuais diversos ou com menu. Comida saborosa. Optamos por pratos individuais, servidos em travessas, 25,00.
O Balneário também conhecido como da Cachoeira do Moinho, é muito interessante.
Lá funciona também um hotel. Tem uma pequena cachoeira, tuboágua, etc… Pena que o tempo frio não nos permitiu usufruir. Limpo, muito bem cuidado. Imagino que deve ter um bom movimento em época de calor.

Voltamos por Moeda, já que diminui a distância de viagem.

Todos os anos em julho é organizada uma caminhada com moradores locais, similar a esta que fizemos e termina com um pequeno show de rock. Este ano será dia 16.

Esta foi a segunda caminhada do Bhgrinos em Belo Vale e pretendemos voltar outras vezes, considerando as diversas possibilidades de trilhas.

Santa Rita do Jacutinga

Sta Rita do Jacutinga fica no sudeste mineiro, na Serra da Mantiqueira, a 378 km de BH, quase divisa com o RJ. É uma cidade pequena porém com 72 cachoeiras catalogadas, todas muito próximas da cidade.
Maio é o mês da padroeira, com festas todos os dias. Refletem bem o espírito das cidades do interior, com simplicidade mas  com muita alegria.Saimos de BH dia 26 de maio 2016, 5a feira, 18 bhgrinos, aproveitando o feriado de Corpus Christ as 5h30 min. Fizemos uma parada no caminho para o café e chegamos em Santa Rita do Jacutinga as 11h30 min. Apesar do feriado prolongado tivemos uma viagem tranquila.  No entanto o asfalto chegando a cidade está bastante danificado.
Hospedamos na Pousada Jacutinga.
Fica afastada da cidade  aproximadamente 1km, com parte do acesso sem iluminação.
Isso torna o caminho até o centro a pé, a noite, muito complicado.
A pousada tem uma aparência externa rústica, de arquitetura interessante.
Possui nas áreas em comum vários objetos antigos.
Tem um pequeno lago e piscina.
O restaurante está inativo e o espaço só é utilizado para o café da manhã.
Os quartos são de diferentes tamanhos porém muito simples, banheiros idem.
Porém tivemos cobertores suficientes para atravessarmos as noites frias.
Neste dia almoçamos no Restaurante Ponto de Encontro, self service. Como não fizemos reserva e é o único restaurante dentro da cidade, estava bem cheio com pouca opção de salada, enfim, alguns ítens com pouca quantidade nas panelas.

Contratamos o Bruno, filho do proprietário da pousada para nos indicar as trilhas até as cachoeiras. Náo é guia, porém conhece bem a região. Pagamos 200,00 por dia.

Não está muito acostumado a andar e não imaginou que pessoas com quase o dobro da idade dele tivesse tanto pique. Quase o matamos…

Após o almoço fomos até a Cachoeira do Sô Ito que fica a 3 km. Não é exatamente uma cachoeira, apenas uma pequena queda com um rio muito agradável para banho.
Na volta, passamos pelas ruas enfeitadas com serragem colorida, janelas com toalhas e flores e barraquinhas na praça da igreja. Acompanhamos a saída da procissão do Santíssimo acompanhada de banda de música. Recordação deliciosa para quem viveu cenas como esta na infância…
A noite fizemos um queijo e vinhos na pousada. Os queijos deliciosos comprados na cidade e os vinhos que levamos de BH. Rolou um papo super agradável até altas horas.

Dia 27- 6a feira
O café da manhã da pousada é simples, com 2 frutas, 2 sucos e bolo, pão de queijo, pão de sal, leite, café, etc
Após o café da manhã saimos para o Boqueirão.
Fomos de van por  uma estrada de terra por 4km e continuamos a pé  por uns 13 km até o arraial Cruzeiro. O arraial é um charme. Igrejinha branca no alto do morro, com uma só rua. Tem um bar mas sem quase nada para lanche. De lá até o boqueirão são uns 3 Km de trilha.
A trilha é linda quase sempre beirando o rio.
A entrada para a cachoeira do Meirelles estava com porteira acorrentada e não pudemos entrar.
Chegamos a um Poço para banho com uma fenda nas pedras ao fundo, de onde vemos uma cachoeira.

Na volta almoçamos no Restaurante Dona Tereza. Ela, uma graça de pessoa. Comida mineira, deliciosa. O palmito fresco refogado, nota 10. Pagamos 22,00 para comer a vontade. E como comemos! Sobremesa a parte, 6,00 com doces bem mineiros.

Depois do almoço, um redário para uma soneca rápida…

17h30 min saímos para Conservatoria, RJ, que fica aproximadamente 40 km de lá, estrada asfaltada.
Conservatória é a cidade da serestra. Muito graciosa, com muitas lojinhas interessantes, restaurantes agradáveis, e muita música. A serestra começa as
22h. Serenoite – chorinho e canções na rua de lazer, dura até a saída da serenata ao luar.
Tivemos a partir das 19h um sarau em frente a estação com a presença de “Dom Pedro ll” e a família real.
Voltamos as 23h.

Dia 28- sábado

Saímos de van e fomos até a  Cachoeira Vargem do Sobrado, onde fizemos alongamento na areia enquanto algumas pessoas entravam na água gelada.
Depois fomos para a fazenda do Sr Marcio com três cachoeiras e com pequenas caminhadas: Por Acaso, do Escorrega e do Batismo. Lindas e bem diferentes uma da outra. Entrada 5,00
Almoço no Pesqueiro Zé Darci. Comemos muito peixe frito, arroz, batatinhas e mandioca e não pagamos mais do que 15,00 e com direito a mexericas no quintal.Voltamos para a cidade e ainda animamos a subir até a Igrejinha do Alto (Nossa Senhora Aparecida do Monte Calvário) para ver o por do sol. Tem aproximadamente 1 km de subida com 14 pequenas capelas marcando os Passos da Via Sacra. 800m de altitude. Descemos por trás da Igrejinha com final já bem próximo a pousada onde estávamos hospedados. Vista maravilhosa lá de cima!

A noite fomos para a festa na praça da Igreja.
Foi muito divertido, com fogos de artifício, muitas barraquinhas  com jogos, comidinhas e bebidas e o ponto alto, um leilão, acompanhado da banda de música local.
No leilão tinha dezenas de frangos assados, leitão, pastéis, bolos, etc…
Inflacionamos e fizemos a festa no leilão. Arrematamos várias coisas, comemos algumas, devolvemos outras p voltarem a leiloar…enfim rimos demais… e foi ótimo!

Dia 29- domingo
10h- visita a Fazenda Sta Clara, com duração de 1h30min, com muitas histórias terríveis sobre a época da escravatura.
Usamos a estrada de terra para chegar lá e não foi bom, pouca sinalização e muitos buracos! Só então ficamos sabendo que tinhamos uma opção um pouco mais longa por asfalto.
Lá foi passada as novelas Terra Nostra e Abolição.
É enorme, com 365 janelas da época colonial e teve aproximadamente 2800 escravos.
Está inteira porém precisando ser restaurada. Entrada 15,00
Atravessamos o rio por uma ponte muito estreita, com muita gente pescando e  os pescadores tinham que se encolher para a van passar. Fomos almoçar no Restaurante do Duque (balança a 45,00 o kg ou fixo com sobremesa e churrasco-35,00)
Comida muito boa, recepçao dos proprietários muito simpática. Um belo restaurante com uma vista ótima da fazenda.14h- saída para BH
20h- horário de chegada a BH

Programação Bhgrinos 2016

Inscrições são feitas no site, após cadastro no mesmo
www.bhgrinos.com.br

20/02 – Feira de Cervejas Artesanais – Experimente
(inscrição já aberta)
19/03 – Caminhada São Bartolomeu
09/04 – Parque das Cachoeiras
26 a 29/05 – Santa Rita do Jacutinga/Conservatória
(inscrição já aberta)
02/07 – Caminhada Belo Vale – roteiro das mexericas

30/07 – Café da manhã julino
13 a 15/08 – Matutu
03 a 11/09 – Aparados da Serra

24/09 – Caminhada conjunta com outros grupos
15 a 16/10 – Bicame
12 a 15/11- Morro do Pilar
03/12 – festa de fim de ano

Uma grande aventura: Aparados da Serra

(Iranel Loreto)

O extremo sul de Santa Catarina é uma grande aventura.

O Parque Nacional de Aparados da Serra abriga o famoso Canyon Itaimbezinho e tantos outros com belezas singulares.

Éramos 13 saindo de BH em abril de 2014 e teríamos seis dias pra muita aventura e descontração por lá.

A turma, afinadíssima. Integração total.

Ficamos hospedados na Pousada Caminho dos Canyons a seis quilômetros de Praia Grande/SC. Nada melhor : noites tranquilas, clima serrano, neblina e sossego total.

Podíamos contar com uma Van para nossos traslados. Tínhamos muito pra conhecer e percorrer e pouco tempo pra isso, contanto caminhamos em média uns sete km /dia.

Lá fomos nós para os Canyons Itaimbezinho e dos índios – debaixo de uma chuvinha gelada demais. Fizemos a trilha do Vértice, do Cotovelo, de Borda dos Índios, do Mirante do Fortaleza, da Pedra do Segredo. Também os Canyons Fortaleza e  Malacara. Trilhas do Poço do Malacara e trilha da Mata.

Não menos atrativa foi a caminhada pela mata para acesso à Cachoeira dos Borges, que forma uma cortina de água de 70 metros de altura.

Não bastasse tudo isso, ainda deu tempo de separar um dia pra fazermos a trilha pelo interior do Canyon Itaimbezinho. Para isso atravessamos de margem a margem o rio do Boi – que passa no interior do Canyon entre paredões de 700metros de altura, em média – por 18 vezes. Para nossa segurança, formávamos um cordão humano todas as vezes que íamos passar de uma margem a outra. Margens com vegetação e rochas.

Curiosidade: Esse local, a parte inferior do Canyon (o leito do rio), pertence às terras gaúchas, enquanto o topo do mesmo Canyon pertence às catarinenses.

Vale lembrar que fazíamos nossos jantares no Restaurante Casa do Sabor, na cidade de Praia Grande/SC com iguarias muito bem elaboradas e peculiares, como a moranga caramelada e a carne suína na brasa.

Retornamos na data prevista com um certo pesar, afinal deixávamos ali, além da beleza natural, o aconchego e a hospitalidade catarinense.

Travessia Ouro Preto-Lavras Novas

Travessia Ouro Preto – Lavras Novas
Domingo, dia 31 de maio 2015
Saindo da Praça da Liberdade (coreto) as 7:00
Chegada ao Parque do Itacolomi aproximadamente as 9:00
Visita a Casa dos Bandeirantes  e Museu do Chá
Caminhada em trilha sombreada,plana,exceto na chegada a Lavras Novas . Subida íngreme. Total 12 kms. Aproximadamente 4 horas de caminhada
Passa pela Represa do Custódio e Cachoeira 3 Pingos
R $60,00 por pessoa
Restaurante Pimenta Rosa, self  service a vontade com sobremesa R $33,00. Maiores informações mensagem para: bhgrinos@yahoo.com.br